Pela primeira vez o Detran vai a Manoel Urbano para levar educação de trânsito aos estudantes e à comunidade em geral. Ao todo, serão quatro dias de extensivos trabalhos, divididos em palestras, adesivaços de bicicletas e abordagens realizadas de casa em casa. Para tanto, contam com a colaboração da Polícia Militar, que é responsável pelas palestras da operação Álcool Zero.
Nas palestras, o policial militar João Gonçalves expõe os riscos de beber e dirigir para pais, alunos e funcionários das escolas Nazira Anute de Lima e Menino Jesus. No total, 1.200 estudantes do ensino infantil, fundamental e médio vão participar das ações.
Pela primeira vez a palestra conta com a colaboração da servidora do Detran Rebeca de Paula, que perdeu uma das pernas depois que sofreu um acidente de trânsito, onde tanto o condutor do veículo em que estava quanto o que colidiu estavam embriagados. Ao expor sua história, a servidora pública se coloca como exemplo vivo da imprudência do álcool e direção juntos.
“Ao dirigir sob efeito de álcool ou em alta velocidade, vocês estarão colocando não só as suas vidas, mas as dos outros também em perigo. Hoje quem me vê sorrindo e adaptada nem sequer faz ideia do que passei para chegar até aqui. Tive que me adaptar em casa, na escola, foi tudo muito difícil. Eu ainda sou jovem e sinto falta de muitas coisas, como dançar, nadar e correr. Aquelas pessoas que resolveram beber e dirigir mudaram para sempre a minha vida”, disse a servidora.
Para a diretora da escola Menino Jesus, Maria Antonia Lima, mesmo sendo uma cidade pequena, Manoel Urbano já necessita de ações como essa. “Aqui, existem motoristas ousados, os pedestres ainda teimam em caminhar pelas ruas, por isso precisamos muito de educação no trânsito. Estou há 12 anos como gestora, e essa experiência está sendo ímpar para mim”, relatou.Histórias como a de Rebeca mostram que se deve dirigir com mais atenção, mas principalmente com mais responsabilidade com a vida. Se na época já houvesse uma política de Estado voltada para o combate ao álcool e os condutores tivessem sido abordados numa operação da Álcool Zero, possivelmente a situação da jovem teria sido diferente. “Sem consciência não há lei de trânsito que surta efeito”, frisa o palestrante.
Convidado durante a palestra para fazer o teste bafométrico, o radialista Genivaldo dos Santos disse ter sido a primeira vez que fez o teste e questionou: caso eu me negue a fazer o exame, o que pode acontecer?
“Assim como Genivaldo, muitas pessoas possuem a mesma dúvida, no entanto, em casos de recusa para a efetivação do teste, o condutor apenas se livra do flagrante, porém é preenchido um relatório de verificação de embriaguez alcoólica, onde é constatado se o condutor está ou não apresentando sintomas de embriaguez e a partir daí tomadas as medidas administrativas cabíveis, tudo de acordo com o artigo 165 do código brasileiro de trânsito”, explicou João Gonçalves.
Manoel Urbano é uma cidade de menos de dez mil habitantes. A maioria é composta de ciclistas e pedestres. A equipe de educação de trânsito do Detran, pretende atingir no período de 23 a 25 de maio, oito mil pessoas. Ela está preparada para abordar dois mil veículos, três mil ciclistas e três mil casas.
Conheça a história de Rebeca
Na véspera de completar 20 anos, Rebeca de Paula, resolveu comemorar seu aniversário, depois de beber com amigos, pegou carona de moto com uma pessoa que havia ingerido álcool, era menor de idade e não habilitado. Numa rotatória do município de Mâncio Lima eles se chocaram com um veículo também dirigido por um condutor alcoolizado. Rebeca teve três fraturas expostas, ficou em coma induzido, teve a perna direita amputada e precisou ficar três meses hospitalizada.
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